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Delito de Opinião

Até o comemos

Laura Ramos, 04.04.13

 

 

Estava escrito. Foi a licenciatura...

Leio agora os biitaites e os de profundis que perpassam na imprensa e nas redes sociais e, sem espanto, verifico como os comentadores se espremem em ataques de tiques e se esmifram em patéticas taquipneias, agarrados às moralizadoras interpretações pavlovianas do costume, como se delas lhes viesse a santidade cívica que pretendem.

 Somos um povo baralhado, não há dúvida...

O caso, em si nada edificante, justificará tamanha sanha justiceira dos analistas, por oposição a outros da nossa memória recente?

- E a Sócrates, alguém lhe exigiu a cabeça numa situação que foi, em tudo, eticamente similar?

Pasmo com a dualidade de tantos doutores e engenheiros, provindos sabe-se lá de que universidades da mula russa.

 Estava escrito, sim -  mas por outras razões - que saisse Miguel Relvas, o compagnon de route de Pedro Passos Coelho.

Aquele que o assistiu pelas antecâmaras do poder, preparando, palmo a palmo, a vitória eleitoral contra Manuela Ferreira Leite e, depois, contra Paulo Rangel e Aguiar Branco. E que, uma vez limpo o caminho, preparou de seguida o seu triunfo em eleições legislativas nacionais, rumo à suma e escorregadia cadeira de primeiro-ministro.

Mas com ele, saiará sobretudo o resto: um par de boas pegas, mesmo de cernelha, às sinecuras da RTP e das autarquias locais.

O poder é antropófago, exige cabeças.

E o povo é feliz.

- Não sentem este enorme alívio nacional?

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