Recordações
Há recordações que doem. Descubro, todavia, que não são as do passado que mais me perturbam. São as que prevejo que me encontram mais indefeso. É o que se passa quando olho para as fotografias que tiro aos meus filhos. Sei que um dia, daqui a alguns anos, vou reencontrá-las num álbum, numa gaveta ou num cartão de memória. E dói-me agora a saudade que então vou sentir destes momentos, deles ainda tão nossos. São essas lágrimas futuras que já hoje me tomam os olhos.