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Delito de Opinião

Balada breve

Ana Vidal, 26.03.13

Batem forte, fortemente,
Nesta invernia sem fim.
É mais chuva, certamente,

E mais vento, e frio silente,

Que gente não bate assim.


Quem bate assim, cegamente,
Com tão estranha malvadeza,
Que bem se ouve, bem se sente?
Além do tempo inclemente,
É o Gaspar, com certeza.


Que quem é mais gastador
Sofra tormentos, enfim.
Mas aos portugueses, Senhor,
Porque lhes dais tanta dor?
Porque padecem assim?



(Augusto Gil revisitado, versão 2013)

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