Francisco ou Francisco I?
Surge a dúvida nas redacções na hora de escrever o nome escolhido pelo novo Papa: Francisco ou Francisco I? A resposta foi dada pelo próprio chefe da Igreja Católica ao ser anunciado, no balcão principal da basílica de São Pedro, pelo decano do colégio cardinalício: Francisco. Apenas Francisco. Com efeito, o numeral ordinal só se aplica numa sequência que envolva pelo menos dois. Daí o facto de mencionarmos também os reis de Portugal à luz deste critério: D. Dinis, D. Duarte, D. Sebastião ou D. Miguel, que não tiveram continuadores onomásticos, são designados assim mesmo, sem numeral. Que resulta absurdo quando é usado ocasionalmente em alusões a uma "Avenida D. Carlos I" (em Lisboa) ou a uma "ponte D. Luís I" (no Porto). Pelo simples motivo de que Portugal apenas teve um rei com cada um destes nomes.
De resto, é esse igualmente o critério na Igreja Católica: Pedro foi o primeiro Papa. Só Pedro. Porque nunca houve um Pedro II. Nem haverá. Porque se houvesse, reza uma velha superstição, seria o último.