Dia da Mulher
Helena Sacadura Cabral, 07.03.13
Daqui a umas duas horas comemora-se o Dia da Mulher. Embora reconheça a importância da data, não sou muito dada a este tipo de celebrações colectivas. Até porque afinal há um mundo em que as mulheres praticamente "não existem" e um outro que, congratulando-se dos direitos que lhes concede, escamoteia aqueles que, na realidade, lhes não faculta.
Nunca pretendi ser igual a um homem. Gosto muito de ser mulher. Mas ainda sinto necessidade de reivindicar a igualdade de oportunidades. Que está longe de poder considerar-se alcançada, apesar de se pretender, sempre, apresentar a minoria que o conseguiu, como um exemplo do que "todas" podem obter.
Sou uma privilegiada. Possuo um curso, tenho trabalho, pertenci e pertenço a um certo meio cultural e até tive um palmito de cara, que, ao fim e ao cabo, me prejudicou mais do que facilitou. Mas sei que uma parte significativa das mulheres portuguesas não dispõe disto. É certo que trabalhei muito para chegar até aqui, porque nasci numa época em que o meu género ou era propriedade do pai ou do marido. Mas, a verdade é que cheguei e há quem não consiga.
O Dia da Mulher deixará de ter importância quando for igualmente fácil ou difícil o acesso de ambos os géneros aos lugares para que se encontram devidamente preparados!