Tapam Michelle e deixam o Óscar nu
A fanática brigada antipecado que domina com mão de ferro o Irão - e tem bons amigos em Portugal - sentiu a pulsação muito acelerada ao vislumbrar o generoso decote de Michelle Obama na noite da distribuição dos Óscares. Como se já não lhes bastasse ver Argo - uma longa-metragem que denuncia sem pudores a ditadura islâmica - conquistar o Óscar de melhor filme.
Num país onde as mulheres continuam a ser severamente reprimidas a pretexto da manutenção da pureza islâmica, os censores de serviço não tardaram a obedecer aos ditames dos aiatolás, cobrindo a primeira dama norte-americana com tecido photoshopado, em prol dos bons costumes, como se pode perceber na imagem da direita - a que passou nos televisores de Teerão e arredores.
Mas podia ser pior: escapou ao rigor da teocracia iraniana o pecaminoso cabelo de Michelle, que noutros tempos só por lá surgiria abrigado sob um véu igualmente tecido pela censura.
Fica-me uma pequena dúvida: porque será que os censores se esqueceram também de cobrir com um pudico paninho o próprio Óscar, estatueta de um homem nu?
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