Cuidado com a língua
Rui Rocha, 12.02.13
Não é a primeira vez que acontece. Não será a última. Há situações em que a linguagem que utilizamos mostra mais do que desejamos. Veja-se o caso dos órfãos e viúvas de Sócrates. Empenhados estes na sua reabilitação. E aquelas na aceitação da sua herança. Concentrados que estão na tarefa, cães que fossem sempre reconheceriam o dono, não se apercebem do óbvio. Só se reabilita o que sofreu degradação. E aceitar a herança de alguém implica empurrar esse mesmo alguém para o lugar do morto.