Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Na questão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, em que abriu uma absurda frente de batalha com o Presidente da República, Sócrates levou a sua imodéstia ao ponto de se considerar perito em Direito Constitucional. Sem invocar uma só autoridade nesta matéria, desvalorizou as opiniões contrárias de Jorge Miranda e Vital Moreira (ambos reconhecidos como pais da actual Constituição da República, ambos alinhados com Cavaco Silva neste diferendo com o primeiro-ministro). E quem invocou o chefe do Governo para esgrimir a sua leitura da lei fundamental? A sua própria pessoa: "Este é o meu ponto de vista da interpretação da Constituição..."; "A mim parece-me mal que o Presidente da República pudesse dissolver a Assembleia Regional sem ouvir os órgãos próprios..."; "Eu acho que deve ouvir..."; "Eu não encontro razões..."; "Eu concordei com o grupo parlamentar do PS..."
Eu, eu, eu: eis um governante cheio de si mesmo. Nem com uma recessão à porta lhe surge um assomo de humildade. Ele, que tanto gosta de citações, parece desconhecer esta: "Nunca houve um cavalo que não pudesse ser montado nem cavaleiro que não pudesse ser derrubado."
Não foi nenhum filósofo que a proferiu: foi Gary Cooper, que talvez entendesse pouco de política mas percebia imenso de cavalos.