Do sul sempre com sede de sol
Um dia, Rodrigo, verás como nascer no Alentejo é algo que deixa marcas indeléveis. Há uma comunhão mais forte e mais funda com o tempo e o espaço. Adquire-se no berço uma relação mais equilibrada com os elementos naturais: uma sabedoria antiga emana da paisagem física e humana desse sul que não cessa de ter sede de sol e a vida é saboreada com vagares ancestrais, em desafio permanente aos grãos de areia continuamente a tombar no fundo da ampulheta.
Vieste ao mundo nessa Évora milenar, património universal da Humanidade, uma das capitais culturais e gastronómicas desta pátria que se percorre toda em escassos dias mas que nunca deixamos de palmilhar num cíclico retorno às raízes sem as quais não seríamos o que somos. Saberás sempre quais são as tuas e escutarás a voz do sangue a guiar-te de regresso aí, trilhes tu as rotas que trilhares.
Chegas sob o signo de Capricórnio, mais fadado para o uno do que para o múltiplo, e vaticino que poderás sempre gabar-te de fazer parte de um vasto e feliz clã. Deixo-te um beijo de Boas Vindas e daqui saúdo efusivamente a tua Mãe, o teu Pai - o nosso António - e teus manos Bernardo, Madalena e Francisca. Que todos cantem em uníssono por muitos invernos, vida fora, os renovados parabéns que hás-de merecer no primeiro dia 11 de cada ano. E que o sol desse teu torrão natal sempre te guarde, te abençoe e te ilumine.