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Delito de Opinião

Há notícias perturbadoras

Ana Lima, 16.01.13

Esta é uma delas. E não é pela eutanásia em si, com a qual tendo a concordar, mas pelo facto de se admitir que uma situação que só acontecerá no futuro é motivo suficiente para alguém se encontrar, já hoje, num estado de “sofrimento insuportável” e agir, conscientemente, no sentido de acabar com esse sofrimento que ainda não se materializou. Não falando no lado mais poético da questão (se é que se pode utilizar a palavra poético neste caso), associado às razões invocadas: a impossibilidade futura de comunicar com aqueles que lhes eram mais queridos; fica-nos uma sensação estranha, que é a de assistirmos a uma espécie de eutanásia preventiva, susceptível de ser questionada a fundo. Se Marc e Eddy estavam felizes com a perspectiva de morrer porque não gozaram mais algum tempo essa perspectiva? E porque não foram eles a escolher o dia em que morreriam? Será que se escolhessem um domingo não iria ser possível por causa dos dias e horários de funcionamento do serviço onde se ministra a injecção letal? Não sei, tudo isto é tão estranho...

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