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Delito de Opinião

A aranha sábia e a mosca incauta

Pedro Correia, 12.05.09

Lopes da Mota, presidente do Eurojust, terá mesmo pressionado os dois magistrados portugueses que investigam o caso Freeport, Vítor Magalhães e Paes Faria. A tal ponto que o procurador-geral da República admite instaurar um processo disciplinar sobre a conduta do ex-secretário de Estado da Justiça de António Guterres que em tempos idos já tinha sido suspeito de transmitir informação confidencial a Fátima Felgueiras. Falta saber se o inquérito terminará em tempo útil, se apurará toda a verdade e se permitirá ao procurador-geral retirar todas as consequências que se impõem. Falta saber se o simples facto de estar a ser alvo deste processo disciplinar não deverá inviabilizar a permanência de Lopes da Mota à frente do Eurojust. E falta determinar também as responsabilidades políticas do ministro da Justiça, que sempre garantiu não ter existido qualquer pressão e parece estar cada vez mais a ser desmentido pelos acontecimentos. A verdade é que o caso Freeport se vai adensando, dia a dia, passo a passo. Como uma teia laboriosamente tecida pela aranha sábia que aguarda pacientemente a mosca incauta.

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