2013
2013 será o ano em que o PSD perderá as eleições autárquicas. Se os seus candidatos a Porto e Gaia forem Luís Filipe Menezes e Marco António Costa, respectivamente, há pelo menos duas autarquias em que espero que a derrota seja estrondosa.
Se o Banco Central Europeu ajudar, 2013 será o ano em que o Estado português voltará a endividar-se nos mercados financeiros. Se não ajudar, o endividamento será garantido por um novo pacote de auxílio. De uma forma ou de outra, será um ano em que a dívida pública subirá, para surpresa de muita comunicação social e de alguns comentadores.
Por várias vezes no decorrer de 2013 um membro do governo dirá uma coisa, na comunicação social e nos blogues dir-se-á que disse outra e o próprio virá depois explicar que quis dizer uma terceira.
Em 2013 continuará a discutir-se por cá a relação custo/benefício do euro. Na Argentina continuará a discutir-se a relação custo/benefício da inflação.
Em 2013 há eleições na Alemanha. A esperança de que uma derrota de Angela Merkel traga uma alteração radical de políticas devia ser directamente proporcional ao número e alcance das medidas de crescimento implementadas por François Hollande desde a sua eleição. Ainda assim, ver-se-ão muitas – e ternurentas – ilusões.
2012 foi o ano em que ficámos a saber que um corte de despesa no sector público sem um correspondente aumento de receita à custa do privado é inconstitucional. 2013 será o ano em que ficaremos a saber se inconstitucional é afinal o corte de despesa no sector público, tout court.
Em 2013, como nos anos anteriores, as previsões do governo para o crescimento (ou, mais precisamente, para a queda) da economia mostrar-se-ão optimistas. Em tempos de incerteza, é reconfortante verificar que certas coisas permanecem constantes.
Por fim: