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Delito de Opinião

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Luís Naves, 06.01.20

Os defensores da União Europeia na linha de Bruxelas costumam ter quatro argumentos: UE e Europa são sinónimos; sem UE não haverá paz no continente; as limitações do poder europeu não estão no excesso de Europa, mas na falta dela; todos os problemas são criados pelo nacionalismo. Ora, estes argumentos parecem frágeis. A paz nos últimos 70 anos explica-se pela protecção americana; na questão do sinónimo, a ideia de Europa não exclui Rússia ou Grã-Bretanha, mas o projecto político da UE pode passar sem as duas; não há maneira de verificar o terceiro argumento, mas as limitações terão outros motivos, por exemplo, dependência energética, irrelevância militar e a incapacidade de liderar as recentes transformações tecnológicas; por último, o nacionalismo não foi a causa directa de nenhuma das três calamidades europeias no anterior milénio (peste negra do século XIV, guerras religiosas do século XVII ou fascismo e comunismo no século XX). Embora sem a rivalidade dos impérios não se possa compreender o grande suicídio europeu na Primeira Guerra Mundial, também podemos dizer que o poder das nações foi uma das alavancas no milagre da ascensão europeia nos últimos 250 anos.

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