A lição dos Açores.
Estive há dias nos Açores e pude assistir ao desenrolar da campanha. Para mim parecia evidente que Berta Cabral era uma excelente candidata e que o PS estava em situação difícil, desgastado por 16 anos de governação. Tudo apontava assim para uma clara vitória do PSD. Mas a certa altura foi perceptível que as coisas estavam a mudar rapidamente. E a principal causa dessa mudança residia nos sucessivos dislates de Passos Coelho à frente do Governo nacional. Primeiro anunciava a TSU, depois retirava a TSU. Primeiro anunciava o fim da cláusula de salvaguarda no IMI, depois mudava de ideias e já a cláusula de salvaguarda se mantinha. Não contente com isso, na véspera das eleições regionais, anunciou o maior aumento de impostos de que há memória em Portugal. Berta Cabral bem tentou demarcar-se de Passos Coelho, mas já não o conseguiu. É que não há candidato do PSD que possa resistir a tamanha incompetência na chefia do governo do país. Passos Coelho bem disse que se está a lixar para as eleições e já lixou efectivamente o PSD dos Açores. Resta ao PSD nacional, se tiver inteligência política, perceber que, com Passos Coelho à sua frente, será totalmente arrasado nas eleições que se seguirão, podendo ter o mesmo resultado eleitoral que agora teve no Corvo. É por isso evidente que o PSD não pode continuar com Passos Coelho à frente do partido. Que um líder partidário se queira suicidar politicamente, esse é um problema dele. Não me parece é que o partido o deva acompanhar nesse caminho.