O comentário da semana
«Como Medina Carreira tem repisado, nós votamos em listas cozinhadas pelos aparelhos partidários, a nossa escolha não passa daí. Estamos à partida impossibilitados de saber quem nos representa.
E ainda há pouco veio no Jornal de Negócios um estudo sobre o que fazem os deputados, e seria de espantar se não fizéssemos já uma ideia de qual a situação (assim é apenas de confirmação) - é ver o que sobre este tema tem sido referido por Paulo Morais e a sua associação Transparência e Integridade...
Quanto à CdR [Constituição da República], é um texto longo, datado, que nos faz eleger directamente um Presidente da República que de pouco serve, e que pretende regular inumeráveis domínios, quando deveria ser apenas um apanhado de princípios fundamentais claros e aceites por todos. Não passa, assim, de um amontoado de palavras sem grande significado, e houve, do mesmo passo, o cuidado de lá meter expressões como "tendencialmente gratuito", que permitem discussões intermináveis e inconsequentes.
E depois passa-se que, nem submarinos, nem BPN, nem Freeport, nem Portucale, nem nada em que políticos e poderosos estejam metidos, se averigua e transita em julgado, condenando-se quem prevaricou e mandando em paz quem não o fez.
Resumindo, é um não acabar de vícios.»
Do nosso leitor Optimista. A propósito deste texto do Rui Rocha.