Matizes de democracia
Não se estranhando em Cavaco Silva, eterno opositor dos referendos, ou em António José Seguro, de quem não recordo qualquer posição sobre o assunto (mas, com excepção da voz sacerdotal, admito ter dificuldade em recordar o que quer que seja que lhe diga respeito, por vezes até a própria aparência física), é curioso como tantas pessoas que, ao longo dos anos, acusaram (bem, na minha opinião) o processo de integração europeia de falta de democracia por, sempre que possível, fugir ao escrutínio popular, estão agora não apenas dispostas a aceitar mas exigindo que o BCE, um organismo liderado por burocratas não eleitos (do calibre de um Vítor Constâncio, no less), tente resolver problemas de origem política à revelia da opinião que parece imperar em vários países.