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Delito de Opinião

Delito à mesa (3)

Ana Vidal, 25.08.12

 

Nasceu há exactamente 25 anos, com a modesta intenção de servir sandwiches aos veraneantes de uma praia bonita: a praia de S. Lourenço, concelho de Mafra, quase pegada com a Ericeira. Mas o destino deste Golfinho Azul era saltar mais alto, mais longe. Reinando sobre a escarpa magnífica e com uma vista de cortar a respiração - "Temos um dos pores-de-sol mais bonitos do mundo", afiança-me Mena, a dona da casa, e não me custa nada dar-lhe razão - o Golfinho chama os banhistas e é incentivo suficiente para a empreitada de subir os 150 degraus que vão a pique desde a praia até este terraço mágico, promessa de bons petiscos e sensações fortes. Aos poucos tornou-se romaria certa para amigos e curiosos, e foi assim que a ementa se foi aprimorando. À noite virava bar, ou não fosse músico (além de pintor) um dos fundadores, apaixonado por sons de blues e jazz vindos de outros ambientes igualmente azuis, o mítico Blue Note. As noites ganharam fama e o Golfinho tornou-se poiso certo de músicos e artistas bem cohecidos. Para dar só um exemplo, ali nasceram algumas das belas composições de Rodrigo Leão. 

 

Mas voltemos aos comes e bebes, que é disso que trata esta série. O Golfinho Azul tem hoje uma ementa variada e apetecível (a especialidade é obviamente o peixe, embora haja bastante variedade de pratos de carne também) a preços perfeitamente razoáveis. O preço médio de uma refeição completa - sopa/entradas, prato, sobremesa e vinho da casa - rondará os 25 €. Recomendo o que me leva lá desde que descobri este restaurante, além da simpatia do serviço e da vista deslumbrante: umas cenourinhas à algarvia muito bem temperadas, a sopa de peixe, depois a moqueca ou o caril de gambas. As sardinhas são também um must da casa, e há pratos vegetarianos para quem conseguir resistir aos sabores e cheiros do mar.

 

Costumo ir almoçar mas, se puder, apareça por lá ao fim da tarde e deixe-se transportar para outra dimensão com o tal pôr-de-sol único. Vale a pena. Depois jante e, se for sexta-feira, fique para uma das jam sessions com os convidados de Naná Sousa Dias. Ao sair, não deixe de procurar a Mena Almeida e dizer-lhe um adeus personalizado. A casa faz questão em cultivar a proximidade com os clientes, e esse é um dos segredos de tanto sucesso ao fim de um quarto de século de existência.

 

Notas:

 

1. Tem estacionamento próprio e fácil.

2. Fecha à segunda-feira.

3. Tem 120 lugares, entre interior e esplanada.

4. Sessões de música ao vivo às sextas-feiras (noite), de 15 em 15 dias.

 

Restaurante Golfinho Azul

R. das Ribas, S. Lourenço

2640-254 Mafra

T: 261 862 945

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