Europeias (13)
CINCO CANDIDATOS NA SIC NOTÍCIAS
O debate entre os cabeças de lista às europeias desta noite, na SIC Notícias, foi mais substantivo e - pareceu-me - também mais esclarecedor do que o da RTP. Com Nuno Melo e Miguel Portas a marcar pontos, Vital Moreira coladíssimo ao Governo, Paulo Rangel estranhamente apagado e Ilda Figueiredo igual a si própria.
Detalhemos um pouco.
ILDA FIGUEIREDO
O melhor. A sua reiterada preocupação com a "perda de soberania" de Portugal na União Europeia, o que faz dela, aparentemente, a mais patriótica dos cabeças de lista.
O pior. A contradição em que cai com frequência ao reclamar contra o "directório das grandes potências europeias" enquanto reclama mais dinheiro dessas mesmas potências.
A frase. "É necessária uma ruptura com estas políticas do capitalismo, do neoliberalismo."
MIGUEL PORTAS
O melhor. Procurou sempre centrar a discussão nas questões europeias. Reclamou um referendo europeu, negado pelo PS e pelo PSD, e mais poderes efectivos para o Parlamento Europeu.
O pior. Diz-se "europeísta", mas é fácil confundi-lo com um eurocéptico.
A frase. "Não sou europorreirista, como Vital Moreira e Paulo Rangel."
NUNO MELO
O melhor. Foi o mais eficaz nas críticas a Vital Moreira, lembrando que no anterior debate o candidato socialista chegou a elogiar José Sócrates por ter reduzido os impostos, proeza que mais ninguém vislumbrou.
O pior. Passou uma esponja no passado eurocéptico do CDS, como se isso nunca tivesse existido.
A frase. "Não somos eurocépticos nem eurocalmos. Somos europeístas convictos."
PAULO RANGEL
O melhor. Esteve sereno e calmo. Introduziu no debate um dos temas mais importantes - a baixíssima aplicação dos fundos europeus em Portugal, no âmbito do actual QREN (quadro de referência estratégico nacional).
O pior. Esteve sereno demais.
A frase. "A concorrência ajuda não apenas as pequenas e médias empresas mas os pequenos e médios estados."
VITAL MOREIRA
O melhor. Rebateu com alguma eficácia as posições eurocépticas dos partidos à sua esquerda.
O pior. Demasiado colado a Sócrates, elogiou o Governo por ter conseguido desbloquear verbas europeias sem assinalar que essa verbas só têm vindo a ser residualmente aplicadas.
A frase. "Não quero ganhar o campeonato da algazarra, da vozearia e da mistificação."