Gente que odeia pobres
De mansinho o Governo de Portugal, como esta gente gosta de se chamar, aprovou a semana passada a mais perniciosa, mesquinha e cruel medida do seu curto consulado.
Depois de espremer a classe média para além do tutano vai de pegar no Rendimento Social de Inserção (RSI), ou o apoio à preguiça, como gosta de dizer alguma gente nascida em berço de ouro. Como dizia, vai de passar a descontar no RSI a diferença entre a renda técnica e a renda social, daqueles que beneficiam de habitação social cedida, por exemplo, pelos Municípios. Sem que contribua para este apoio que os Municípios dão, o Governo presume como rendimento a diferença entre o suposto e o cobrado, descontando isso nos milionários valores que o RSI proporciona às famílias beneficiárias. O RSI, antigamente, era o Rendimento Mínimo Garantido, e isso não era por acaso. Foi criado para garantir a subsistência mínima, temporária, daqueles que a tinham ameaçada.
Não eram estas as outrora criticadas gorduras do Estado patrocinadas por José Sócrates. Para além do desbaratar do Património do Estado e do Estado Social, o Governo de Portugal inaugurou uma nova fase: a do ódio aos pobres.
A coisa promete, esperemos por Outubro.