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Delito de Opinião

Miguel Relvas: key words

Laura Ramos, 14.07.12

Há uma racionalidade própria no caso Miguel Relvas. Todos os sabemos.

A hipocrisia e os rabinhos de palha, também estes académicos e muito bem escondidos pelos opinion makers nacionais agigantam-se, à boa maneira dos cobardolas farisaicos que vivem destas coisas e não se eximem jamais da fácil tentação de vomitar sentenças. Santas profissões...
Exemplares e moralistas, zabumbam não no pecado, mas no inimigo. Não no caso, mas no sujeito dele. Não no valor ou desvalor de uma conduta, mas no perigo eminente que o objecto da sua indignação balofa - o decisor político - representa para os seus interesses, noutras contas e noutros domínios que jamais confessam.

As palavras chave não são as habilitações literárias, e a consequente abstracção desonesta do sistema de recorrências que os ministérios da educação foram fometando a partir de 1995, da forma que todos nós, os atentos, conhecemos.

A palavra chave não é sequer a  tentativa de criar um caso gémeo ao de certo do salteador do povo, quando a analogia é troca-tintas e perversa. E sobretudo quando a inacreditável colmeia de universidades, valendo, diferenciadamente, o que cada uma vale, poderá estar - mas de há muito, e não de agora -, afectada na sua dignidade académica. Umas mais, outras menos... é certo. Mas sempre fruto das regras economicistas que as tutelas criaram para condicionar a sua subsistência, não defendendo ao fim e ao cabo as melhores, mas as mais rentáveis e facilitadoras.

As palavras- chave são apenas duas.

    - Privatização da RTP

    - Reforma do poder local

E a coragem do ministro em prosseguir nas suas metas, com assinalável determinação.

Os privilegiados de agora - e espoliados a prazo - ululam e contorcem-se de raiva, é claro. Sonegando os motivos.

 

No entretanto, alguma opinião pública come palha.

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