Miguel Relvas: key words
Há uma racionalidade própria no caso Miguel Relvas. Todos os sabemos.
A hipocrisia e os rabinhos de palha, também estes académicos e muito bem escondidos pelos opinion makers nacionais agigantam-se, à boa maneira dos cobardolas farisaicos que vivem destas coisas e não se eximem jamais da fácil tentação de vomitar sentenças. Santas profissões...
Exemplares e moralistas, zabumbam não no pecado, mas no inimigo. Não no caso, mas no sujeito dele. Não no valor ou desvalor de uma conduta, mas no perigo eminente que o objecto da sua indignação balofa - o decisor político - representa para os seus interesses, noutras contas e noutros domínios que jamais confessam.
As palavras chave não são as habilitações literárias, e a consequente abstracção desonesta do sistema de recorrências que os ministérios da educação foram fometando a partir de 1995, da forma que todos nós, os atentos, conhecemos.
A palavra chave não é sequer a tentativa de criar um caso gémeo ao de certo do salteador do povo, quando a analogia é troca-tintas e perversa. E sobretudo quando a inacreditável colmeia de universidades, valendo, diferenciadamente, o que cada uma vale, poderá estar - mas de há muito, e não de agora -, afectada na sua dignidade académica. Umas mais, outras menos... é certo. Mas sempre fruto das regras economicistas que as tutelas criaram para condicionar a sua subsistência, não defendendo ao fim e ao cabo as melhores, mas as mais rentáveis e facilitadoras.
As palavras- chave são apenas duas.
- Privatização da RTP
- Reforma do poder local
E a coragem do ministro em prosseguir nas suas metas, com assinalável determinação.
Os privilegiados de agora - e espoliados a prazo - ululam e contorcem-se de raiva, é claro. Sonegando os motivos.
No entretanto, alguma opinião pública come palha.