O(s) comentário(s) da semana
«O JNA colocou um boneco da segunda defenestração de Praga, em 1618, onde por "graça divina" os católicos sobreviveram.
Portugal estando sob domínio Habsburgo até 1640, esteve metido na maior parte da Guerra dos 30 Anos, pelo lado perdedor.
Porém, conforme sugere JNA, a situação foi mais complicada, pois saímos da independência pelo lado católico, ou seja o lado excomungado por Vestfália.
Só não foi pior porque os ingleses tinham acabado de correr com Cromwell e o casamento de Catarina ajudou... ajudou muito mais a Inglaterra do que a nós.
Logo depois de Vestfália, França e Espanha fizeram as pazes, o que nos deu décadas de guerra de restauração.
As "ajudas" que tivemos foram ao estilo "Peniche"... pelo menos conseguimos só ter guerras ultramarinas com os holandeses e os ingleses deixaram-nos "quase" em paz.
O Marquês de Marialva bem dispensava a "ajuda" do Conde Schomberg, que foi traiçoeiramente destinada a ajudar o colaborante Pedro II a enfiar o insubordinado Afonso VI no calabouço.
A primeira ajuda militar inglesa só veio no tempo do Marquês de Pombal, já que a fantochada da sua política de "abalos" tinha chegado ao ponto de não termos exército, e ficámos na Guerra Fantástica à mercê dos espanhóis, que conquistaram Salvaterra de Magos, ficando à beira de Lisboa.
E é chamada Fantástica porque é relegada para notas marginais, que não mostrem a propositada degradação do império português. Coisa muito útil para os interesses dos Habsburgos austríacos, da corte de D. José I, e para os planos da maçonaria inglesa, pelo Marquês, que não caminhou ao lado do leão, mas sim debaixo dele.
Fico-me por aqui, porque estas nem são as patranhas mais escandalosas da nossa estorieta nacional, que se alimenta nos "desencobrimentos", a que também se chama "descobrimentos".»
Do nosso leitor da Maia.
«A série de acontecimentos a que mais tarde se decidiu designar por Guerra dos 30 Anos teve lugar entre 1618 e 1648, e não entre 1616 e 1646. Por irrelevante que pareça o meu reparo, e note-se que apenas o faço por uma questão de formalismo histórico, não deixa de ser, contudo, essencial para a compreensão do envolvimento português no conflito europeu, pois foi a partir da intervenção armada por parte dos Habsburgo de Espanha, ao lado do ramo familiar austríaco, que a França de Richelieu largou a política de apoio secreto para passar a combater abertamente o Império e seus aliados, grosso modo, a Espanha. O Cardeal julgava que, tão importante como a acção dos exércitos franceses no campo de batalha, era a habilidade dos seus diplomatas junto das comunidades "irredentas" que integravam o universo dos Habsburgo, com destaque para os casos de Portugal e da Catalunha. O apoio francês à secessão portuguesa integrava um plano grandioso, no qual a França procurava abater a Casa de Áustria por todos os meios; para isso, apoiou sucessivamente o eleitor Frederico na sua pretensão à coroa imperial, e mais tarde a sua causa como putativo chefe da revolta boémia, os dinamarqueses do Rei Cristiano IV, os suecos de Gustavo Adolfo, e todos os princípes do Império que se revoltaram contra a política do Imperador.
De notar ainda que foi a partir do decreto de Olivares, que obrigava a nobreza portuguesa a integrar as fileiras armadas espanholas, que começou a ser notória a idéia de revolta entre os portugueses.»
Do nosso leitor Lagardere.
Por uma vez elegi dois comentários, ambos sobre o mesmo texto. Este, do José Navarro de Andrade.