As estatísticas da realidade
Foi em 2010 que a dívida do Estado à banca disparou e quase duplicou. De facto, passou de 22.887 milhões de euros em Dezembro de 2009 para 45.235 milhões no mesmo mês do ano seguinte.
Na segunda metade do ano passado, a mesma dívida reduziu-se ligeiramente, mas voltou a crescer no início de 2012.
Esta evolução deve-se ao endividamento progressivo da administração central.
A dívida à banca representa menos de um terço da dívida total do Estado mas foi a que mais cresceu nos últimos anos, ultrapassando mesmo o crescimento da dívida ao estrangeiro, que se situou nos 40% nos últimos quatro anos.
Pelo contrário, o crédito ao sector privado reduziu-se e essa quebra é maior a partir do final de 2010, ou seja quando a banca aumentou de forma mais expressiva o crédito concedido ao Estado.
Se em Dezembro de 2010, a dívida concedida pela banca a particulares ascendia a 157.341 milhões de euros, em Março ultimo ela estava nos 151.350 milhões. No mesmo período, o crédito concedido às empresas privadas passou de 144.858 milhões para 136.097 milhões de euros.
Não quereria estar na pele de quem tem de gerir este barco, tentando conciliar o interesse do país com a troika e uma certa ideologia. De facto, estes números podem ter várias leituras. A minha é preocupante. Mas eu só interpreto, não giro nem governo. E, sobretudo, tenho muito poucas ideologias. Sou uma tecnocrata, que é o pior que hoje se pode ser...