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Delito de Opinião

Custos e Proveitos

Laura Ramos, 13.03.12

Não gostei.
Não gostei da remodelação governamental que substituiu Henrique Gomes.

A mudança de equipas é um incidente normal em qualquer executivo, mas Pedro Passos Coelho comprou uma suspeita que está longe de ter dissipado com as suas parcas explicações.

Não que eu seja apologista de excessos justificativos. Pelo contrário, reconheço aos governos - aos bons governos - o direito de agilizarem a sua acção política sem terem de ceder constantemente ao circo das confissões públicas e da propaganda enviesada de intenções. Se para trabalharem precisam de mudar pessoas, mudem-nas. A transparência joga-se nos meios e na coerência face aos fins anunciados. Joga-se nos resultados. E não nas prerrogativas inquestionáveis de escolha dos seus recursos humanos.

Não pertenço, tão pouco, ao grupo dos derrotistas de Álvaro Santos Pereira. A alarvidade nacional costuma eleger vítimas de estimação: calhou-lhe a sorte em jogo. Mas ele aguenta.

Quanto a razões, estamos falados, portanto. Concedo o benefício da dúvida.

Já quanto à oportunidade, não podia ser pior. Uma autêntica via aberta para especulações legítimas. Devia ter pensado melhor, Senhor Primeiro-Ministro. Assim não. Como na ERSE, em política há custos e proveitos.

Agora, fica muito por explicar.

Ou será que Artur Trindade, o filho do cardeal Mazarino vitalício da Associação Nacional de Municípios Portugueses, vai dar-lhe razão e enfrentar a escandaleira do banquete na EDP?

Aguardemos.

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