Instantâneos de uma semana que termina
O Ministro das Finanças, inflexível até com o seu congénere da Economia, aceita que a TAP não aplique os cortes salariais previstos. A TAP é uma empresa de capitais públicos que já não recebe fundos públicos desde 1997. A RTP, que tem recebido duzentos e tal milhões de euros por ano, reclama o mesmo tratamento.
A EDP apresenta lucros recorde. A EDP é uma empresa quase monopolista num país com preços de energia muito acima da média. Parte desses preços resulta da carga fiscal. Outra parte resulta de contratos que a troika exige que sejam revistos. Os contratos continuam por rever.
O Ministro da Educação diz que o custo médio das obras da Parque Escolar é de 15 milhões de euros em vez dos 2,8 previstos. A Parque Escolar diz que é mentira e acrescenta que o custo médio é de apenas 12 milhões. No Parlamento, um deputado do Partido Socialista mostra-se escandalizado e acusa o governo de manipular dados.
No primeiro dia do julgamento do caso Freeport, uma testemunha sob juramento mantém que um dos arguidos afirmou ter pago 2,5 milhões de euros a José Sócrates. A «justiça» (as aspas são propositadas e o uso de minúscula também) nunca achou conveniente interrogar José Sócrates sobre o assunto.
Cavaco resolve confessar que Sócrates não o escutava. Silva Pereira, o clone de Sócrates, responde dizendo que houve uma época em que o receio de Cavaco era de que Sócrates o escutasse demasiado.