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Delito de Opinião

Não ao acordo ortográfico.

Luís Menezes Leitão, 23.02.12

 

Vasco Graça Moura dá aqui uma magnífica lição aos defensores do Acordo Ortográfico, que se têm multiplicado na praça pública a insistir na aplicação de um acordo internacional que não foi ratificado por todos os Estados de língua portuguesa e que por isso não tem a mínima hipótese de conseguir a unificação da ortografia do português, que era o seu objectivo. O resultado do acordo ortográfico será o absurdo de Portugal ir ficar com uma ortografia que mais nenhum país lusófono utiliza. Efectivamente palavras como "exceção", aceção", "conceção", podem surgir escritas em Portugal mas não surgirão no Brasil nem em Angola ou Moçambique. Pergunta-se então para quê um acordo ortográfico que só estimula a divergência de ortografias?

 

O que já se verificou é que, apesar da teimosia de alguns órgãos de comunicação social em implementar esta ortografia, a esmagadora maioria dos colunistas não a aplica. Isso não significará que esta nova ortografia não é desejada? A insistência em fazer aplicar o acordo à força parece corresponder à daqueles meninos cuja boa acção era ajudar a velhinha a atravessar a rua, mesmo quando ela não queria atravessar a rua.

 

Sem desprimor para os argumentos apresentados por José António Saraiva, Henrique Monteiro, e Jorge Bacelar Gouveia, acho que até agora a peça mais elucidativa produzida sobre o acordo ortográfico é este texto de Pedro Santana Lopes. O mesmo, um dos responsáveis pela aprovação do acordo, faz uma acalorada defesa do mesmo, ao mesmo tempo que confessa que não adopta a nova ortografia, porque ainda não o decidiu fazer. Ora, se ele próprio não adopta esta estranha ortografia, porque é que defende que os outros o façam? Suspenda-se mas é este disparate e já.

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