Sou um animal de duas cabeças
Sou um animal de duas cabeças que matam a fome em pratos diferentes. Quando as lágrimas me caem ao peito não sei qual rosto consolar, pois penso com o coração. Sempre que o raciocínio sobe até um dos seus cérebros perco momentaneamente a claridade na visão. Gatinho às escuras até encontrar novamente a sabedoria de que todos nós somos dois, três ou quatro num só corpo pesado e de que a beleza só nasce quando abraçamos a nossa multiplicidade.