Isto começa a ser demais.
Depois de Angela Merkel se ter atrevido a opinar publicamente sobre os investimentos que uma região autónoma de Portugal deve fazer, agora surge o alemão Martin Schulz, Presidente do Parlamento Europeu, a criticar Portugal por receber investimentos de Angola, considerando que assim o país caminha para o declínio. Confesso que cada vez tenho menos paciência para aturar esta arrogância teutónica. Que se saiba, quando elegemos governantes cabe-lhes a eles decidir a política económica do país, pela qual respondem perante o seu povo e não perante governantes estrangeiros. Não admira que a Grécia já prefira o desastre a continuar a ceder às exigências do duo Merkozy. Parece evidente o colapso do euro e da própria União Europeia. Mas grande parte da responsabilidade cabe às instituições da União que se apagaram completamente em benefício de dois Estados-Membros que até conseguiram impor aos outros um tratado intergovernamental, à margem dos tratados da União. Durão Barroso tem sérias culpas no que se está a passar. A Comissão Europeia a que preside deveria ser a guardiã dos tratados e parece disposta a assistir impávida e serena à sua destruição.