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Delito de Opinião

Uma bela carnificina

João Campos, 30.12.11

Carnage - em português, O Deus da Carnificina -, de Roman Polanski, é em certa medida o oposto de muitos dos filmes que podemos ver hoje em dia: actores de qualidade misturados com actores com menos qualidade em produções feitas para mostrarem grandes cenários (normalmente feitos em computador) pirotecnia, efeitos especiais e cenas de acção e suspense que querem ser muito originais mas que acabam por ser invariavelmente iguais. E é justamente por ser o oposto dessa tendência que Carnage é um filme excelente e refrescante - Polanski juntou quatro actores de provas dadas, colocou-os numa sala - numa única sala, em todo o filme - e deu-lhes um argumento bem escrito e inteligente para trabalharem. O resto é talento puro - e que talento. Jodie Foster, John C. Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz representam dois casais a tentar resolver amigavelmente um confronto violento entre os seus filhos, ainda crianças - mas da tentativa de amenização até ao mais puro ressentimento vai uma distância mesmo muito curta. 

 

A força de Carnage, como já disse, reside nos actores, que têm desempenhos formidáveis. Destaco, no entanto, Christoph Waltz, uma vez mais absolutamente brilhante. Vê-lo representar é uma maravilha. Polanski merece todos os elogios por este filme, mas há que colocar também uma velinha a Tarantino - que o mostrou ao mundo em Inglourious Basterds, e lhe deu o lugar que merece com toda a justiça: entre as estrelas do cinema mundial. Como aquelas com quem contracena neste filme.

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