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Delito de Opinião

Sete castelos eu vi, doze amigos me encantaram

Laura Ramos, 20.12.11

 

Mal poisei o pé na estação de Sto. Amaro olhei durante uns segundos para o espaço circundante e, decidida, optei por tomar o caminho à minha direita, como sempre acontece quando não faço a menor ideia do rumo que devo seguir. É triste. É invariável. Já cristalizou em alfinetada de família. Quem me visse tomar-me-ia por uma nativa (objectivo cumprido). E o certo é que não tardei a ouvir nas minhas costas: - Por favor: É de cá? Atentei então naquele vulto de calças floridas e cabelo escuro e respondi: – Não. Mas porquê? E eu a pensar... «toma, outra como tu!». Vou à procura de um restaurante que fica no parque 7 Castelos, tenho um almoço lá.
Que engraçado! Eu também - respondi. E ela: – Não me diga que é a Luísa! - Não... disse eu, pesarosa, matutando que se na véspera meia Lisboa estacionara em jantares colectivos de Natal, hoje era decididamente o dia dos almoços em Oeiras...  - Espere, insistia ela, não é Luísa, é outra coisa. É… Olhe, o meu encontro é do Delito de Opinião, será que é a… Laura?, ajudei eu.  - Isso mesmo, mas onde é que eu fui buscar o ‘Luísa’? - Não interessa, sou mesmo a Laura. Incrível, nem de propósito.
Entretanto, eu também já percebera que ela só podia ser a única fundadora que me faltava conhecer, a Teresa, que eu lia desde que este blogue é blogue. Tranquila e raiando pelo início da tarde: foi fácil decifrar as chaves do meu informador ... (João, fizeste tanta falta!).
E lá fomos a rir, passo estugado, no rasto de um portão de ferro e de um frondoso parque que não tardou a aparecer mostrando ao fundo, num enquadramento perfeito, o refúgio eleito para este nosso encontro: o restaurante 7 Castelos. Valeu a viagem, só vos digo: pelo caloroso acolhimento, pelo ambiente confortável com notas divertidas (e que tal uns candeeiros de tecto feitos daqueles secadores em que as nossas mães sofriam a mise en plis?). E, claro, pela imperdível cozinha, num registo irreprovável entre a solidez dos sabores clássicos e os retoques da imaginação actual: folhados de chèvre com frutos silvestres e shot de melão com presunto crocante; bacalhau com crosta de ervas e mix de folhas; pato confitado com arroz árabe e espargos salteados, tudo condignamente acompanhado de uns magníficos brancos e tintos 'Vale de Areias' e rematado com umas deliciosas sobremesas leves, a preceito. E muitos cafés...

À chegada, já lá estavam alguns meus conhecidos: a nossa querida e imprescindível mentora Ana Vidal, a Ana Cláudia – sempre animada e  energética -, a minha sister in (civil) arms Leonor e o tranquilo Fernando (que diz que gosta de verde mas ainda não provou o que eu lhe mandei!)  E também estavam os nunca-mais-virtuais Luís M. Jorge (que simpático! onde é que escondeste o teu puro veneno, Luís?) a Ivone (ficaste muito longe, há que corrigir isto) e o divertido  Luís Menezes Leitão, em quem, pelo meio da imparável verve, procurei um tracinho que fosse de cagança académica (coisas cá muito minhas, que detesto). Mas debalde...
Mesmo no nosso encalço vinha o Adolfo, tenue sportive irrepreensível, tão encantador quanto já reza a lenda e a quem a Nação ainda não deu férias porque o Parlamento não vai parar (sabiam?). O José Gomes André chegou depois. Verdadeiro agit-prov (sim, não é gralha, ele é um puro-sangue agitateur-provocateur). E por fim, adivinhem lá quem se fez esperar… coisa nunca vista?  O nosso homem do leme, pois: o Pedro. Sempre impecável e jovial, a pôr uma subtil ordem na conversa e a disfarçar aquelas 4 mãos  imparáveis com que trabalha em tudo.
Assim, quando o 13º chegou, o João Campos, - em carne e osso, inteirinho e sem cortes da Troika - imaginam a apoteose? É que do pão saloio, do patê de azeitonas pretas e do patê de queijo já ameaçava não haver vestígios... apesar das incansáveis reposições. Ordem para começar, portanto! Durou até às 6 da tarde...

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