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Delito de Opinião

Levantar a voz contra os reprimidos

Pedro Correia, 23.11.11

O PCP continua a defender fielmente os seus ditadores de estimação. Derrubada a tirania de Kadhafi, os comunistas portugueses saem agora em defesa do ditador sírio, Bachar al-Assad, e do brutal autocrata iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. "Nos últimos dias multiplicaram-se as ameaças abertas contra o Irão e a Síria", adverte a mais recente edição do Avante!, transformando os carrascos em vítimas e as vítimas em carrascos. Na Soeiro Pereira Gomes ainda ninguém deve ter lido o mais recente relatório do prestigiado Observatório de Direitos Humanos que menciona a existência de pelo menos 3500 vítimas mortais provocadas pelo esmagamento da revolta popular, pró-democracia, desencadeada em Março no país submetido desde 1971 à despótica dinastia Assad. "Bachar governa ainda sob a influência do espectro do pai [falecido em 2000]", observa um sírio citado pelo jornalista Robert Fisk no Independent. Entretanto, o Exército Livre da Síria vai conquistando terreno, reforçado com centenas de militares que desertam dos quartéis. A situação chegou a tal ponto que a Liga Árabe se viu forçada a suspender a Síria, sob forte pressão da comunidade internacional.

Nada que comova o Avante! O órgão central do PCP subscreve a posição oficial da ditadura síria, copiando as posições pró-Kadhafi que assumiu sem sombra de pudor nos meses que antecederam a queda da ditadura líbia. Em vez de criticar o tirano, contesta aqueles que ousam levantar-se contra ele, denunciando supostas milícias responsáveis por "actos considerados terroristas em qualquer parte do mundo, como ataques a esquadras e instalações do exército".

Uma vez mais, coloca-se ao lado de quem reprime e levanta a voz contra os reprimidos. Azar das Catarinas Eufémias sírias: elas jamais contarão com a solidariedade do PCP.

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