A extrema-esquerda lava mais branco
O Renato Teixeira ficou a espumar de raiva com os resultados eleitorais em Espanha: "Os maiores terroristas do Estado Espanhol estão de regresso ao poder." Comparando fraudulentamente a ditadura de Franco com a actual democracia representativa espanhola que acaba de dar voz aos cidadãos nas urnas. Logo ele, que ainda há poucos dias se tinha insurgido contra a "suspensão da democracia na Grécia".
Não conheço na actual blogosfera portuguesa ninguém que se equivoque tanto nos conceitos políticos: para ele, democracia é ditadura e vice-versa. A baralhação deste radical pequeno-burguês de fachada socialista chega ao ponto de o levar a branquear o totalitarismo nazi, comparando favoravelmente Hitler com o Estado de Israel: "As principais vítimas do holocausto estão prontas para superar o mestre."
Extraordinário, este sucedâneo de Omo da extrema-esquerda, que vai soltando suspiros nostálgicos pelo Muro de Berlim enquanto sonha com a "ocupação das fábricas, das escolas, dos meios de produção e de comunicação", além do inevitável "cerco ao Parlamento", entre visões alucinogéneas do Palácio de Inverno em Petrogrado nos idos de 1917.
Partindo naturalmente do princípio que para um verdadeiro revolucionário "a resposta não está no amor, nos beijinhos ou nos abraços". Essa deriva burguesa fica reservada para os textos e comentários polvilhados de marialvismo esquerdista. O que querem? A velha tradição latina ainda é o que era e a revolução pode sempre esperar.