Crónica de um descalabro anunciado
26 de Fevereiro de 2009: «Péssimas notícias de Espanha: em apenas um ano, o Governo de Rodríguez Zapatero viu, impotente, o desemprego subir de 8,7% para 14,4%. O país produz um número quase dramático de desempregados, ao ritmo de sete mil por dia: os espanhóis lideram mesmo as taxas de desemprego juvenil (29,5%), feminino (15,3%) e masculino (12,1%) da União Europeia.»
25 de Abril de 2009: «O Governo socialista, eleito em 2008 sob o mote Por el pleno empleo, vai certamente ficar para a História: o número de desempregados em Espanha acaba de ultrapassar a cifra dos quatro milhões, correspondentes a 17,3% da população activa. Zapatero (des)governa um país que regista hoje seis desempregados por minuto. E um milhão de famílias sem qualquer tipo de rendimento fixo.»
2 de Dezembro de 2010: «No palco contemporâneo da política europeia, não me lembro de nenhum outro governante que tivesse sido tão ambicioso no capítulo das promessas e se revelasse afinal tão escandalosamente incapaz de as concretizar. Só mesmo Sócrates seria capaz de dizer com ar sério que Espanha "tem um dos melhores primeiros-ministros do mundo". Diz-me que modelos escolhes, dir-te-ei quem és.»
23 de Maio de 2011: «A derrota histórica do PSOE, de Rodríguez Zapatero, nas eleições autonómicas e municipais de ontem confirmou que não é possível iludir durante demasiado tempo o eleitorado. Este monumental castigo nas urnas que antecipa o fracasso dos socialistas nas próximas legislativas é um merecido castigo para a incompetência governativa do homem do eterno sorriso, que prometeu uma Espanha mais justa e afinal - sorrindo sempre - deixa uma Espanha mais pobre, mais ineficiente, com maiores assimetrias, com menos prestígio internacional.»
8 de Novembro de 2011: «Não por acaso, Rubalcaba nem sequer mencionou o nome de Zapatero durante este debate: é como se o PSOE, com ele nominalmente ainda ao leme, se apressasse já a apagar envergonhadamente o seu legado. Quem diria que ainda há poucos anos o chefe do Governo cessante era o maior herói político da incauta esquerda europeia?»