As defesas da memória - Julian Barnes 2
A forma como a memória nos prega partidas. Como, sem perceber que mentimos, a moldamos de forma a podermos manter uma visão aceitável de nós próprios. Mas também as consequências de actos que julgávamos insignificantes. Que lembramos como tal, mesmo sabendo que por vezes actos insignificantes para uma pessoa são estocadas mortais para outra. Os efeitos da passagem do tempo na memória e nas nossas ilusões. Tudo em cento e cinquenta páginas de pura filigrana.
Também pode ser descrito assim: Tony Webster, o narrador, é um homem de sessenta e tal anos, com uma ex-mulher, uma filha, uma vida igual a tantas outras. Há cerca de quarenta anos, na universidade, namorou Veronica, tendo chegado a passar um fim-de-semana em casa da família dela. Pouco tempo depois separaram-se. Tony tinha três amigos. Adrian era o mais inteligente, o mais estranho, o mais indecifrável. Tão indecifrável que cometeu um acto que nenhum dos outros percebeu. Agora, quatro décadas depois, Tony recebe uma carta escrita pela recentemente falecida mãe de Veronica que o vai levar a reexaminar os acontecimentos. E o seu papel neles.