João, comento o teu post com um pequeno excerto de um romance que publiquei em tempos: «Fiquei parado, petrificado, mas sem medo, porque nem sequer me lembrava de que o medo pudesse existir. Estava sem capacidade de reacção, e sem imaginar que à minha volta pudessem surgir pequenas criaturas, ou grandes, estranhas engrenagens, os maus. Ou que precisasse de uma visita dos meus amigos. Era para mim a flor, comprada por ti a uma velhinha que dizias vir do lado da floresta das regras, a que chamavas apenas floresta, nem Floresta Negra, o nome que vinha nos mapas e estava escrito nas placas de indicações, der Schwarzwald. Uma velhinha para a qual apontavas. Talvez uma das bruxas, pensei, voltando a olhar as terras da minha imaginação, mas sem medo, talvez apenas roído pela curiosidade que às vezes me traía tanto como o medo. Uma bruxa convertida em florista por indicação de Bruxelas, se calhar um antigo lugar de bruxas. A velhinha convertida à custa de uns subsídios e com a reciclagem da vassoura numa estação devidamente certificada e toda moderna, e de vez em quando com umas manifestações à porta. Bruxas, milhares de bruxas, a pregarem contra a Europa. E pistoleiros, dos maus, dessa vez todos aos tiros, sempre aos tiros, doidos para que houvesse manifestações, mesmo que não fosse de bruxas em vias de extinção.»
Também achei. Creio que é um desenho/pintura de arte do terror, conhecido e que guardei há uns tempos, mas não tenho a certeza e já não consigo identificá-la.