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Delito de Opinião

Leituras

Laura Ramos, 29.10.11

 

É o género de obra que me encanta. Produto de uma investigação apurada e consistente, mas que não despreza, na sua riqueza  documental, a oportunidade estética.

Não é só um livro de autor: é uma construção atravessada de sensibilidade sobre variadíssimos actores da nossa história cívica e cultural. O que exige método, bom olho, ciência e faro de caçador.

Aqui, viajamos pela história do Supremo Tribunal de Justiça, mas é a própria gesta política de Portugal que sedimenta a obra.

– Afinal, o que é da civilização sem ícones, impressões digitais das gerações, fio e meada, legados materiais?

Nada.

E tolos são os que desvalorizam estes vestígios que nos ficam.

Ainda bem que há quem, por entre outros desafios, esteja atento.

Tamanha lavra? É do nosso João Carvalho. E não preciso de tecer loas: que cada um avalie por si.

Por isso, não percam. Foi o que eu fiz. Completamente por conta própria.

– Verdade ou não, João?

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