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Delito de Opinião

CP: prioridade aos carros de luxo que dos comboios depois se verá

João Carvalho, 19.10.11

 

Deixem-me ver se percebi: «a CP ameaça com o fim do Comboio Histórico no Douro caso não encontre parceiros para ajudar a financiar este serviço que, este ano, custou 150.000 euros»? Há nisto alguns aspectos de que ainda estou a tentar recuperar.

1. Desde logo, a CP entrou agora numa fase em que lança (segundo a insuspeita Lusa) ameaças públicas. Isto requer que sejamos informados já sobre quem é a voz ameaçadora lá dentro.

2. Depois, a CP põe em causa a continuidade do comboio histórico se não arranjar parceiros que financiem o seu serviço. A gente é levada a pensar que a CP precisava que o Governo criasse uma Fundação do Comboio Histórico do Douro à sombra do Orçamento do Estado e que a coisa se resolvia, que é como quem diz: acabavam as ameaças.

3. Além disso, a CP põe-se a perorar por causa de 150 mil euros que a empresa pública diz ter gasto este ano com o serviço especial do Douro. Ou seja: parece que estamos perante uma CP de outro planeta e não perante aquela cujos prejuízos anuais se têm acumulado assustadoramente sem que lhe tenhamos escutado um único lamento pelo que isso custa a todos nós.

A minha dúvida não é menos assustadora: será que sempre vai em frente a compra da nova frota de carros de luxo para 13 directores da CP por quase o dobro do custo deste ano do comboio histórico do Douro?

 

 

FotosCaminhos de Ferro Vale da Fumaça

3 comentários

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    João Carvalho 20.10.2011

    Não lhe dou razão no que respeita à «falta de procura do comboio». Basta a gente lembrar-se dos ex-ministros Jamé e Mendonça, que gastaram milhões atrás do TGV. Realmente, o TGV não apareceu, mas nunca um comboio foi tão procurado...
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    s o s 20.10.2011

    e sobre o tgv. Eu e nós na generalidade não visionamos o futuro, embora o presente indique que será aereo. Seja como for, considero-me realista e fui o primeiro a ser contra a construçao do tgv. Explico com um exemplo que vou dar pela primeira vez, mas que tenciono repetir mais vezes, em vez de pormenorizar sobre classes e os paises onde existem mais de duas, no tocante a passageiros de comboios. Havia o concorde, e muito bem, porque supostamente era pago pelos passageiros. O TGV não será pago pelos passageiros e sim pelo contribuinte, por isso absolutamente contra a sua construçao. Um comentador escreveu um destes dias que a receita actual de bilheteira da cp não paga os juros da divida...
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