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Delito de Opinião

O 'apagão' de Queiroz

Pedro Correia, 29.03.09

 

Carlos Queiroz, que foi levado aos ombros pela "opinião" desportiva nacional quando Gilberto Madaíl decidiu pô-lo no lugar de Scolari, recolocou a selecção portuguesa de futebol no trilho das "vitórias morais". Com opções tácticas inexplicáveis (chegou a fazer alinhar três defesas centrais, jogou parte do desafio sem ponta de lança), uma absurda escolha do onze inicial (se Deco estava em condições de jogar, por que motivo só entrou no terço final do jogo?) e a habitual falta de ousadia que o caracteriza, o "professor" tão celebrado pelos crânios da modalidade viu esta noite a sua equipa rubricar mais uma exibição medíocre contra uns suecos medianíssimos, no estádio do Dragão. Resultado: zero a zero. Há quase trezentos minutos que Portugal não marca um golito nas balizas adversárias, o que constitui um perfeito retrato desta "era Queiroz". O que falta na selecção? Quase tudo: motivação, acerto de pontaria, espírito vencedor. Sobram os habituais cálculos aritméticos de última hora e o fado choradinho dos "quatro penáltis não marcados" com que o seleccionador, bem à portuguesa, se desculpou na sequência deste fruste empate caseiro com sabor a derrota. Houve lenços brancos no estádio. Vieram a propósito: bem podemos dizer adeus ao Mundial da África do Sul.

Era a noite em que os ambientalistas planetários nos tinham aconselhado a apagar todas as luzes entre as 20.30 e as 21.30 - à hora do jogo, portanto. Penitencio-me desde já: devia ter-lhes dado ouvidos. Antes esse apagão do que o outro, que aconteceu no estádio.

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