Não têm pão, bebam café
Os sucessivos buracos nas contas públicas, o apertão orçamental que aí vem e o contexto internacional pouco favorável, traçam um quadro negro para os próximos anos. Há tempos, António José Seguro perguntava, a propósito da situação da Madeira, quem paga a irresponsabilidade? É uma pergunta pertinente que, todavia, deve ser feita com âmbito mais geral: quem paga anos e anos de gestão vergonhosa do país e das contas públicas? Na verdade, trata-se de uma questão retórica. Já sabemos que quem paga somos nós. Os do costume. Se tivermos em conta que a partir de hoje a electricidade passa a ter IVA a 23%, penso que é razoável dizer que estamos a apagão e água. Para pão, já não deve haver. Enfim, com um bocado de sorte, há-de sobrar qualquer coisa para um ou outro café.