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Delito de Opinião

Jardim ameaça e, às tantas, vem

J.M. Coutinho Ribeiro, 13.01.09

 

 

Alberto João Jardim continua a dar sinais de que tem vontade de atravessar o Atlântico e atirar-se à liderança do PSD, mesmo antes das legislativas. Não é esta a primeira vez que AJJ sugere. De todas as outras vezes foi mal sucedido, ou porque ninguém entendeu tal vontade, ou porque poucos tiveram vontade de que assim fosse.

Por essas alturas, o PSD acreditava sempre na sua capacidade de regeneração, de dar a volta por cima, de gerar um líder onde menos se esperava. E acreditava, sobretudo, que chegar ao poder era uma questão de meses.

Mas esse PSD - o partido onde as diferentes sensibilidades coabitavam, ora predominando umas, ora predominando outras - já não existe. Com uma sucessão de lideranças falhadas, estilhaçado até ao tutano, com feridas permanentes à vista, o PSD é, hoje, um partido em desespero.

Praticamente já todos perceberam que Manuela Ferreira Leite só em caso de terramoto ganhará as eleições. E são muitos no PSD - aqueles para quem o poder é uma forma de sobrevivência - que não estão dispostos a abdicar das próximas legislativas, para começarem a preparar uma liderança segura a prazo.

Em tal desespero, não me espantava que fosse desta vez que o embaraçante AJJ conseguisse os seus objectivos. Tem notoriedade nacional, tem carisma, tem obra feita e, por isso - calculam os desesperados do PSD - é um valor seguro para ganhar mais depressa.

Poderá contrapor-se, é claro, que o Continente não é a Madeira e que, aqui, AJJ estaria condenado ao fracasso. Mas não tenho tanta certeza disso. Oeiras, Felgueiras, Gondomar, Marco de Canaveses e tantos outros concelhos desmentem o contraponto.

E, além disso, não é só o PSD que está desesperado - o país começa a ficar também. AJJ tem muitos defeitos. Mas não é tolo nenhum - mesmo quando parece. E já terá percebido que o país pode estar pronto para "agarrar" um populista. O verdadeiro populista.

Valha-nos Deus, então.

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