Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

A parte do crescimento

José António Abreu, 14.09.11

Não basta aumentar os impostos e cortar na despesa. Como um montão de gente já explicou, ambas as vias têm efeitos recessivos. Juntas, nem se fala. É também necessário estimular a economia. E desculpar-me-ão o cepticismo mas, por muito que Vítor Gaspar pareça acreditar no poder salvífico do capital estrangeiro, as privatizações e o fim das golden shares não terão impacte significativo. Só há uma medida que pode fazer a diferença. Aquela que Poul Thomsen, do FMI, apelidou de «game changer» e que continua a defender sempre que alguém lhe coloca um microfone à frente: a redução da Taxa Social Única. Por muitas dúvidas que legitimamente suscite, por discutíveis e dolorosas que sejam as contrapartidas necessárias para a implementar, é a única que talvez permita estimular a economia. Mas Thomsen tem razão noutro ponto: o corte não pode ser simbólico. Ou arriscamos aplicar a medida como deve ser ou é preferível ficarmos quietos (um corte simbólico, inútil em termos de crescimento, teria ainda assim de ser compensado, agravando a tendência recessiva). Um aviso, porém: se nada fizermos, depois não vale a pena mostrar surpresa pelo facto de Portugal estar a seguir o mesmo trajecto da Grécia. Nem atirar as culpas para o FMI.

6 comentários

Comentar post