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Delito de Opinião

A chamada para a linha 112 : mais um caso típico de "sai da frente Guedes"

Rui Rocha, 04.08.11

 

A questão é esta, bom povo eleitor. A deputada do 112, Joana Barata Lopes, tem 26 anos e, antes de ser eleita, frequentava uma licenciatura em direito e exercia como Assistente Notarial. Saber se uma chamada para a linha de emergência médica constitui ou não crime é uma questão que deve ser discutida em Juízo. Se lá chegar. Mas, está ao alcance de qualquer pessoa com um mínimo de juízo concluir que utilizar os dados de um telefonema como argumento numa discussão sobre a qualidade do serviço revela uma certa imbecilidade. Quem o faz desconhece por completo os princípios básicos de auditoria de qualquer sistema, as mais elementares regras estatísticas e, eventualmente, algum artigo do Código Penal. E prescinde, imagino que involuntariamente, do mais elementar bom senso. Confirma-se que colocar uns cartazes em campanha eleitoral, dizer umas palavras de ordem e envergar umas t-shirts aparvalhadas em comícios não é preparação adequada para o cargo de deputado da nação. Embora possa ser suficiente para se chegar a Primeiro-Ministro ou a candidato ao cargo pelo principal partido da oposição. É claro que é igualmente condenável o aproveitamento político por parte de quem tem os gravadores da Sábado na mão. E que o episódio não deve ser utilizado como manobra de diversão face à indispensável auditoria de um serviço de importância crítica. Todavia, o que fica no final disto tudo é,  mais do que uma situação de emergência, um estado de indigência. Que não se resolve  com uma chamada para o 112, mas impõe uma reflexão profunda sobre os métodos de eleição.

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