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«A língua falada tem acentuação diferente num país e no outro. Enquanto os brasileiros abrem todas as vogais, não necessitando por isso de acentuação nas palavras escritas, os portugueses abrem umas e fecham outras necessitando de uma "sinalização" que nos indique quais são abertas e quais são fechadas sempre que estamos a ler um texto. Eu não leio "dialeto", leio "dialéto" logo, ou se coloca um acento no E ou se coloca, como temos actualmente, um C antes do T para abrir a vogal que o antecede. Se queriam simplificar podiam fazê-lo mas, nesse caso, precisamos de acentos em vez de consoantes mudas. Assim como dizemos, de forma diferente o pretérito perfeito de certos verbos (como, por exemplo, o andar), relativamente ao presente.
Se escrevemos sempre "andamos" como vamos saber se a frase:
"Nós andamos depressa enquanto conversamos uns com os outros"
é de facto o presente, ou se era isto:
"Nós andámos depressa enquanto conversámos uns com os outros."
Dado que esses acentos desaparecem...
Acho bem que a língua evolua. Mesmo sem acordos, já muitas palavras se tornaram diferentes e muitos termos entraram na nossa língua desde o último acordo de 1945. Não necessitamos de acordos feitos à pressa e por interesses económicos (ou será econômicos?) para que a língua evolua. E sem um acordo ela teria evoluído, de um e do outro lado do oceano, de forma natural e naturalmente aceitável por todos nós.»
Da nossa leitora Sara. A propósito deste texto do Sérgio de Almeida Correia.
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