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Delito de Opinião

Fenomenologia do Irracional

Paulo Gorjão, 20.03.09

Desta vez não houve análises de carácter, mas o impulso incontrolável e irracional de malhar no DN e em Pedro Passos Coelho -- a ordem é aleatória -- deu nisto. Chega a ser confrangedor ver José Pacheco Pereira argumentar que o "essencial permanece válido" quando é precisamente o "essencial" que se percebe em dois segundos que não tem pés nem cabeça.

José Pacheco Pereira é incapaz, nesta fase, de diferenciar o essencial do acessório. Qualquer som, palavra, imagem que envolva Pedro Passos Coelho desperta em si de imediato reacções de natureza pavloviana. Infelizmente, do ponto de vista de Manuela Ferreira Leite, a utilidade das suas intervenções é marginal nesta altura, para não dizer nula.

Adiante. Pacheco Pereira não percebe -- ou não quer perceber -- que é difícil estabelecer pontos de contacto entre a direcção de MFL e o DN com esta política de terra queimada.

Pacheco Pereira não percebe -- ou não quer perceber -- que hostilizando o DN o empurra para os braços de Passos Coelho. É um ciclo vicioso. Será assim tão difícil de perceber?

Pacheco Pereira tem de decidir se quer ser analista político, ou se quer ser player político. Os combates, os meios, os fins são distintos. Será assim tão difícil de perceber?

Ou é uma coisa ou é outra, as duas é que não pode ser, caso contrário quem paga a factura é Manuela Ferreira Leite.

Last but not the least, às vezes parece-me que, se tal dependesse de Pacheco Pereira, o PSD passava bem sem os votos dos apoiantes de Passos Coelho. Será mesmo assim? É que quem paga a factura é Manuela Ferreira Leite.

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