A marquetista brasileira.
Alessandra Augusta, de 40 anos, veio do Leblon ajudar Passos Coelho na campanha eleitoral. Não deve ter sido fácil. Ela explica em entrevista ao Sol como se adaptou a uma campanha em directo, assente nos free media (por oposição aos anúncios pagos que dominam a política brasileira) e em que os debates incluem perguntas a sério do moderador (na terra do samba eles ligam o relógio e calam a boca).
Demonstrando uma inteligência rara na sua profissão, Alessandra percebeu que aautenticidade de Passos Coelho contrastava bem com o excesso de marketing, mistura de circo, bruxaria e sound-byting, de José Sócrates e Paulo Portas. Por isso recolheu-se e deixou-o falar. Teve muitos arrepios, dada a prolixidade do candidato, mas respirou de alívio quando ele ganhou o debate.
Esta entrevista ignora várias coisas: o contexto, muito favorável ao PSD, e o alcance limitado da vitória. Mas Alessandra revela mão segura, ao combinar as incertezas da visão estratégica com uma noção realista da sua própria importância.
Boas lições para quem anda por aí.