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Delito de Opinião

Prenúncio de tragédias maiores

J.M. Coutinho Ribeiro, 13.03.09

Um homem, de 35 anos, ia levar o filho, bebé de nove meses, ao berçário, em Aveiro. Foi chamado de emergência para resolver um problema informático na empresa, deixou o filho durante horas dentro do carro e ele morreu. Insolação. A esta hora, o pai desnaturado deve estar a ser crucificado. E deve estar a sentir-se a pior pessoa do mundo. Não deixa de ser estranho que um pai se esqueça do filho, durante horas, dentro do carro, mesmo sabendo-se que levá-lo ao berçário não fazia parte das suas rotinas, já que era a mulher que costumava ter essa tarefa. Mas talvez o homem - que é apontado como pessoa responsável - não seja o principal culpado da tragédia. A tragédia será, porventura, consequência directa do tipo de vida que adoptámos nos tempos que correm, em que as prioridades estão alteradas pela força das circunstâncias, pela necessidade de sobreviver a cada dia e pela ambição do ter. Uma nova estrutura tomou conta das famílias, mesmo das que parecem mais normais. Enquanto isso, há crianças que morrem por descuido e outras que vivem tamanha liberdade por falta dos pais que tudo se torna uma agonia. Começa a ser tempo para parar um bocadinho e pensar. (notícia no JN)

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