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Delito de Opinião

Rasgos (33)

Ana Vidal, 28.04.11

 

 

WASTE LAND/ LIXO EXTRAORDINÁRIO

O documentário Lixo extraordinário relata a trajetória do lixo dispensado no Jardim
Gramacho, o maior aterro sanitário da América Latina, localizado na periferia de Duque de Caxias (Rio de Janeiro), até ser transformado em arte pelas mãos do artista plástico Vik Muniz e seguir para prestigiadas casas de leilões internacionais. Consagrado pelo público como melhor documentário em festivais como Sundance, Berlim e Paulínia, entre outros, o documentário tem direção conjunta de João Jardim (Janela da Alma e Pro Dia Nascer Feliz), da cineasta Karen Harley e da documentarista inglesa Lucy Walker. Lixo Extraordinário também foi exibido fora de competição no Festival do Rio e na Mostra São Paulo, em 2010.

Segundo o dicionário, “lixo” significa qualquer material considerado inútil, supérfluo, e/ou sem valor, gerado pela atividade humana. Antes de chegar ao Jardim Gramacho, Vik Muniz e os diretores do documentário não esperavam encontrar nada muito diferente disso, mas se surpreenderam ao conhecer pessoas cativantes, cheias de dignidade, como Tião, jovem presidente da ACAMJG (Associação de Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim
Gramacho), ou Zumbi, catador.

VIK MUNIZ www.vikmuniz.net

Vik Muniz nasceu em uma família de classe operária em 1961, no estado de São Paulo, Brasil. Quando jovem, foi baleado na perna enquanto tentava separar uma briga e, por isso, recebeu uma indenização por suas lesões. Com o dinheiro, financiou uma viagem a Nova York, onde viveu e trabalhou durante décadas. Vik começou a carreira de artista plástico como escultor, mas, ao se interessar pelas reproduções fotográficas de seu trabalho, acabou voltando sua atenção exclusivamente para fotografia. Ele incorpora uma multiplicidade de materiais improváveis a este processo fotográfico. Frequentemente Vik utiliza diamantes, açúcar, cordas, calda de chocolate e lixo em seus trabalhos, parodiando imagens clássicas do Fotojornalismo e da História da Arte. Sua obra foi recebida com aclamação do público e da crítica e tem sido exibida em todo o mundo. Sua exposição individual no MAM (Museu de Arte Moderna), no Rio de Janeiro, foi a segunda em número de visitantes – ficando atrás somente da exposição de Picasso. Foi no MAM que Vik expôs pela primeira vez a série "Pictures of Garbage” no Brasil.

 

(Nota: Explicação que acompanhava o convite que recebi para este documentário extraordinário, com a presença e participação do próprio Vik Muniz. Espero que venha para o circuito comercial português, porque vale mesmo a pena vê-lo. )