às vezes há sol em inglaterra
Por todo o lado, somos rodeados de avisos, a informar-nos alegremente de que estamos a ser vigiados. Shoppings, lojas, museus, edifícios de estado. Claro, ainda não chegámos às câmaras na rua (excepto na entrada de alguns prédios), e estamos muito longe de Tóquio. Vamos aceitando tudo isto, acriticamente, em nome da nossa seguranças. Os estudos concretos, normalmente sobre o Japão, exemplo máximo, indicam que nunca ninguém foi preso devido à presença dessas mesmas câmaras. Mas fomos aceitando. Nos jogos de futebol, todos os adeptos são filmados, sem que haja qualquer rejeição de tal abuso. Tanto é filmado o Macaco agarrado às grades como a D.Maria que gosta do seu Benfica em dias de sol. Em nome da igualdade. Em nome da segurança.
Nick Gibson é um inglês, proprietário de um pub em Islington, em Londres. Não tinha licença de exploração do bar, porque se recusou a instalar CCTV, como a polícia aparentemente lhe exigia. Recusou-se a invadir a privacidade dos seus clientes, de controlar por filme a quantidade de cerveja e sandes ingerida. Mas não se ficou por aqui: escreveu à sua MP, e fez publicar essa mesma carta no Guardian. Ontem, viu finalmente ser atribuída a licença, sem CCTV. A pergunta final da sua carta, porém, permanece digna de transcrição: When was it that the constant small erosion of our liberties became irreversible?