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Delito de Opinião

Os portugueses conhecem-no

Pedro Correia, 08.04.11

 

Prometeu pôr o País a crescer 3% ao ano e deixa o País em recessão. Prometeu criar 150 mil postos de trabalho e deixa o País com o maior índice de desempregados de que há registo. Prometeu baixar os impostos e deixa o País com a maior carga fiscal de sempre. Prometeu estancar o défice das contas públicas, que era de 5,9% em 2005, e deixa o País com um défice de 8,6%. Prometeu o comboio de alta velocidade e deixa o País com menos quilómetros de linha férrea. Prometeu aumentar o poder de compra dos portugueses e acaba o mandato a cortar salários, deixando o País mais pobre.

No sétimo ano de governação, já com o fim do seu mandato como primeiro-ministro à vista, o secretário-geral do PS falou esta noite no congresso do partido mostrando-se incapaz de reconhecer um erro, incapaz de pedir desculpa aos eleitores e aos militantes socialistas pelas promessas que não cumpriu, incapaz de mostrar abertura ao diálogo com outras forças políticas que lhe permitam estabelecer acordos de governo.

Igual a si próprio, afinal. Hoje só ilude aqueles que o não conhecem, aqueles que confundem retórica de palanque com acção política. O problema dele é este mesmo: os portugueses conhecem-no.

5 comentários

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    Pedro Correia 09.04.2011

    Meu caro: verifico que gasta metade do seu espaço a criticar PPC, que não governou um só dia. Por mim, prefiro concentrar as críticas em quem está no governo ininterruptamente desde 2005. Sei - como todos os portugueses sabem - que estamos hoje pior do que estávamos há seis anos. Isso é o que me interessa sublinhar. Se PPC for governo e governar mal, cá estarei para criticar. Para já, critico o governo que existe - não o governo que nunca foi.
    Nesta casa, como é óbvio, uns gostam de PPC, outros não e vários outros são indiferentes. Tal como na sociedade em geral. Também por isso me orgulho deste DELITO.
    Um abraço.
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    Ricardo Sardo 09.04.2011

    Pedro, como já sabe há muito, estou farto de Sócrates e deste governo. Como escrevi antes, começou bem mas está a acabar terrivelmente, em praticamente tudo. Mas considero injusto não separar os dois períodos, antes e pós-crise. E que é internacional. Se o executivo tem muitas culpas no actual estado económico e financeiro do país, a crise começou graças a criminosos que raramente são referidos na bloga e nos media. Parece que foram os governos - português, grego, espanhol, inglês, etc - que deram azo a esta crise.
    Claro que estamos piores do que em 2005, mas acontece que quase todo o Mundo está pior do que em 2005. E em 2008 estávamos melhor do que em 2005. Mas o Pedro insiste nesta tecla, misturando os dois períodos...
    Quando a quem governa, tem razão, Sócrates e seus muchachos é que nos têm (des) governado, mas sucede que PPC, ainda nem tendo chegado ao poder (ao pote), já nos colocou numa situação bem pior, com o chumbo do PEC IV. Com o conluio dos restantes partidos da Oposição, chumbou, não apresentou nenhuma alternativa, disse em Portugal que era por ser demasiado gravoso para os portugueses e para inglês ver diz que deveria ter sido ainda mais gravoso, colocando-nos numa situaçao bem pior, impulsionando o escalar dos juros da dívida e a provocando a consequente intervenção do FMI (ou do FEEF), que será bem pior do que o PEC IV. E desta autêntica decisão político-governativa resta uma conclusão: ou PPC é irresponsável e/ou incompetente (até Carlos Moedas, que irá para o governo, disse que os juros não subiriam com o chumbo do PEC IV e os resultados estão aí à vista) ou então foi propositado para, à boleia da intervenção externa, aplicar cortes nos sectores públicos (Saúde, Educação, Justiça, Seg. Social) e em algums direitos sociais (salários, férias, subsídios), satisfazendo os interesses de muitos dos seus apoiantes (aquela coincidência de Alexandre Soares dos Santos andar publicamente a criticar o governo e, na Polónia, estar a ser investigado por violação da legislação laboral, em desfavor dos trabalhadores dá que pensar tem que se lhe diga). É verdade que não governa, mas se governar como tem estado na Oposição, então não sei, sinceramente, quem será pior.
    Poderá o Pedro, tal como o Rui Rocha num post de há cerca de duas semanas, que comentei, dizer que deveremos dar o benefício da dúvida e dar tempo às caras novas, mas se eu sei que essas caras novas, pelo que têm demonstrado, não serão melhores que as caras velhas, então prefiro votar em nenhum deles, como voto de protesto (em branco, por exemplo). E digo honestamente que, a 5 de Junho, se votar em algum partido será CDS. Isto se, até lá, esquecer os submarinos, os sobreiros, as fotocópias de documentos confidenciais ou o caso Moderna...
    Abraço.
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    Pedro Correia 09.04.2011

    Caro Ricardo:
    Gostaria de acentuar apenas que nem todos os países estão hoje pior do que em 2005, longe disso. Repare no Brasil, um país de que estamos tão próximos: há poucos anos recebíamos de lá imigrantes em grande número, hoje a tendência inverte-se: são os portugueses - das mais diversas qualificações profissionais - que emigram para o Brasil, onde se regista um crescimento económico de 7,5%.
    A China e a Índia crescem anualmente a um ritmo superior a 5%. E na própria Europa vemos a Turquia com um crescimento de 5% e a Alemanha a crescer 3,6%. E os EUA cresceram 2,9% em 2010.
    Convém sublinhar isto para não confundirmos a árvore com a floresta.
    Um abraço.
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    Ricardo Sardo 10.04.2011

    Num post antigo (de há muitos meses), já tinha pegado nisto e o Pedro, na altura, deu precisamente os mesmos exemplos. E, já na altura, eu também o recordei de que a China e a Índia cresceram mais do que estão a crescer agora. E são países fora do "circuito comercial" mundial, como sabe. Desde logo pela mão de obra barata. E a Alemanha também quase bateu no fundo antes de recuperar em 2010. Tal como os EUA. E o Brasil é outro caso à parte, com características específicas, como bem sabe. Se reler o meu comentário, eu escrevi que quase todo o Mundo entrou em crise. Não todo. Alguns conseguiram ou souberam sair dela rapidamente, outros, como nós, ainda procuram soluções. E olhe para a Irlanda ou para o Reino Unido, de cores políticas bem diferentes das nossas, aos papéis para recuperarem... A crise não tem cores políticas e não devemos olhar para ela como sendo culpa deste ou daquele partido, como alguns insistem em fazer.
    Por fim, insisto em voltar ao início do meu comentário: o Pedro há muito que insiste em dizer que estamos agora piores que em 2005, quando já estivémos melhor, como expliquei. Ao bater nesta tecla, dá a entender que, desde 2005, viemos sempre a piorar, o que não corresponde minimamente à verdade. E é neste ponto que há muitos meses "batalho", pois considero injusto, sobretudo tendo em atenção que inúmeros posts são escritos sobre os erros de governação no combate à crise mas quase nenhum é elaborado sobre os primeiros culpados, sobre quem deu origem a esta crise mundial. Só isto.
    Abraço.
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