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Delito de Opinião

O Discurso do Rei

Teresa Ribeiro, 27.02.11

 

Eu gosto de ver trailers, embora tenha consciência de que às vezes me enganam. Foi o caso do trailer de "O Discurso do Rei". Vendeu-me emoção e afinal comprei tédio. Prometeu-me ritmo e lamentavelmente arrastou-se, não porque o filme seja demasiado longo, mas porque o seu argumento é demasiado curto. "O Discurso do Rei" limita-se à relação que se estabeleceu entre Jorge VI de Inglaterra e o seu terapeuta da fala. Fosse este rei um personagem de ficção e talvez me satisfizesse com o excelente desempenho de Colin Firth e Geoffrey Rush, mas Jorge VI, que diabo, existiu. E num período histórico extremamente conturbado. O mínimo que se poderia esperar desta obra era alguma contextualização histórica ou, na sua ausência, um biopic, mais focado na vida familiar do rei, que nos explicasse a sua gaguez.

Sei que é matéria delicada, tratando-se de um elemento da família real com parentes próximos vivos, mas resumir as razões que podem ter contribuído para aquela deficiência da fala - afinal o assunto principal do filme - a duas linhas de texto traduzidas numa breve troca de palavras entre Firth e Rush é demasiado redutor.

Firth merece o oscar, mas o oscar que provavelmente ele vai ganhar merecia melhor filme.  

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