O Ministro da Justiça também pratica o salto à vara?
Há pouco mais de uma semana foi Armando Vara que passou à frente dos utentes de um Centro de Saúde. Agora é a segurança do Ministro da Justiça que viola normas elementares de respeito por uma situação de vida ou de morte. No caso de Vara, o juízo de condenação é pessoal e intransmissível. No caso de Alberto Martins, quero crer que o Ministro não terá responsabilidade directa na ordem dada no sentido de afastar uma ambulância em serviço. Todavia, mesmo que assim seja, estas situações são sinais dos tempos. Os que detêm o poder não estão ao serviço dos cidadãos. Servem-se do poder contra tudo e contra todos. O ambiente que dá origem a estes desmandos é o do arrivismo e da prepotência. O salto à Vara, sem respeito pelas mais elementares regras de civilidade, é uma actividade tão condenável quanto recorrente. Para praticá-lo não são mecessárias especiais aptidões físicas ou intelectuais. É, todavia, necessário apresentar uma acentuada fraqueza de carácter. A vara que permite ascender a cargos para os quais não existem competências adequadas é a mesma que permite saltar sobre os cidadãos no dia-a-dia. A segurá-la está sempre a mão de um boy. Chame-se ele Armando, Alberto ou Videirinho.